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Pesquisa

Visando entender melhor as baleias-jubarte, sua biologia, comportamento e necessidades de conservação, o Projeto Baleia Jubarte desenvolve várias linhas de pesquisa de longo prazo. Para estudar as baleias-jubarte durante seu período reprodutivo, o Projeto realiza cruzeiros de pesquisa embarcada, tanto no Banco dos Abrolhos como em outras regiões, obtendo, além do registro de número de grupos e indivíduos de baleias, diversos dados de grande relevância científica.

 

Também trabalhamos através de parcerias com projetos e instituições congêneres, compartilhando dados e recursos para melhor podermos conhecer e proteger as baleias e seu ambiente.

Foto-Identificação

Através de foto-identificação sistemática das jubartes em suas áreas de reprodução, realizada obtendo-se imagens da cauda dos animais durante cruzeiros de pesquisa, e que são comparadas com outros catálogos de imagens ao redor do mundo, podemos colher informações sobre o tamanho populacional, distribuição, migrações e fidelidade às áreas de alimentação e reprodução da espécie.

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Biópsia

Utilizando pequenos dardos que não causam mal às baleias, obtemos amostras de pele para análise de DNA, o que nos permite conhecer o sexo dos animais amostrados e a diversidade genética na população, e também de gordura para estudos de contaminação por agentes tóxicos.

Bioacústica

As jubartes ficaram conhecidas como “baleias cantoras” em função dos sons melodiosos que produzem, principalmente durante a temporada reprodutiva. Estudar esses cantos e conhecer melhor o ruído nos oceanos através da realização de gravações efetuadas no mar aberto pode ajudar a conhecer melhor o comportamento das baleias e, ao mesmo tempo, a qualidade do seu ambiente em relação à poluição sonora originada nas atividades humanas.

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Aperte o Play para ouvir o canto das baleias jubartes

Encalhe

Conhecer o estado de saúde dos indivíduos numa população é algo essencial para assegurar a conservação da espécie. O Projeto Baleia Jubarte trabalha em várias frentes para monitorar a saúde das jubartes brasileiras, dentre elas o atendimento de encalhes, tanto para tentar salvar animais encalhados vivos como para estudar as carcaças e buscar entender as causas de mortalidade; patologias, parâmetros epidemiológicos e biológicos para estudos específicos e populacionais. Além disso, oferece suporte para dados de fotobiometria, utilizando um drone para visualizar o estado corporal das baleias.

 

É muito importante que os encalhes de baleias e outros cetáceos sejam comunicados a nossas equipes de resgate. Os encalhes que ocorrem no litoral norte da Bahia e região de Salvador são atendidos a partir da base Praia do Forte em parceria com o Instituto Mamíferos Aquáticos - IMA, através dos telefones (71) 99657-2056 (WhatsApp) e (90xx71) 3676-1463 (a cobrar). O Centro e Sul da Bahia e norte do Espírito Santo são atendidos a partir da base de Caravelas do Projeto, através dos fones (73) 98802-1874 (WhatsApp) ou (90xx73) 3297-1340 (a cobrar), que também coordena o atendimento a outras regiões do Brasil.

Comunicando os encalhes você nos ajuda na conservação das baleias e golfinhos!

Drone

Implantado desde 2017, o uso de drones na pesquisa das baleias-jubarte vem trazendo grandes resultados para o trabalho do Projeto Baleia Jubarte. Através das imagens aéreas, podemos avaliar o comprimento dos animais, o que ajuda a entender a composição da população observada (adultos, juvenis, filhotes, etc.) e também seu estado corporal, permitindo avaliar sua saúde e “fitness” e correlacionar isso com a produtividade de seu alimento, o krill, nas áreas de alimentação, bem como comparar esses dados com os de outras populações ao redor do globo. 

Todas essas informações servem para refinar o monitoramento que fazemos da população brasileira de jubartes e ajudam a orientar ações de conservação. Mas é inegável que o drone também nos permite obter imagens belíssimas como essa e que auxiliam no trabalho de divulgação e conscientização!

Censo Aéreo

O Projeto Baleia Jubarte realiza sobrevoos desde 2001 abrangendo o litoral brasileiro desde o Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro, a partir da linha de praia até a isóbata de 500 metros de profundidade.  Eles funcionam como uma “fotografia” da distribuição das baleias-jubarte na costa do Brasil. Com o censo aéreo é possível propor a criação de Unidades de Conservação em áreas de maior concentração de baleias, bem como avaliar e propor medidas de mitigação para atividades humanas que podem afetar a conservação das jubartes.

Serviços Ecossistêmicos

As baleias  jubarte, como as demais grandes baleias, são consideradas “jardineiras do mar”. Isso porque, com seu grande volume de fezes e urina, e com a transposição de nutrientes de suas áreas circumpolares de alimentação para os mares tropicais onde se reproduzem, as baleias fertilizam as camadas superficiais dos oceanos, aumentando a produtividade do fitoplâncton, a base da cadeia alimentar marinha. Isso é fundamental para toda a biodiversidade marinha e também para a pesca, que depende de uma boa produtividade na base da cadeia alimentar para ter bons resultados.

 

As baleias também são extremamente importantes para o ciclo de carbono dos oceanos, ajudando a reduzir as mudanças climáticas através de (a) armazenamento de carbono nos seus grandes corpos; (b) depósito de grandes volumes de carbono nos fundos oceânicos quando morrem, carbono esse que levará centenas ou milhares de anos para retornar à atmosfera; e (c) a já mencionada fertilização do fitoplâncton, que também absorve carbono.

 

Vale lembrar, a propósito, que as baleias mortas também são muito importantes para os ecossistemas oceânicos, alimentando outros animais como tubarões e aves quando as carcaças boiam, nos primeiros dias da morte, e provendo as comunidades dos fundos oceânicos de grande profundidade com alimento escasso e fundamental para que esses ecossistemas pouco estudados sigam existindo.

 

Por fim, as baleias fornecem serviços diretos de geração de emprego e renda através do Turismo de Observação, que hoje já é uma alternativa econômica importante ao redor do mundo – e também no Brasil - para centenas de comunidades costeiras.

 

Os estudos preliminares, realizados pelo Projeto Baleia Jubarte e pesquisadores parceiros e divulgados em 2019, indicam que esses serviços, que decorrem da política de Estado do Brasil de proteger integralmente as baleias em nossas águas, valem em torno de impressionantes 82 bilhões de dólares!

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