A poluição acústica no Oceano é um problema ambiental emergente no mundo, e a prospecção sísmica marítima, usada para descobrir novas reservas de óleo e gás, ou para monitorar os campos em exploração, produz ruídos de alta intensidade que podem afetar a fauna marinha, incluindo as baleias e os golfinhos. Mas os efeitos reais dos ruídos de origem humana sobre esses animais ainda é fonte de muita controvérsia, principalmente pela falta de dados científicos objetivos sobre os seus impactos na fisiologia e no comportamento dos mesmos.
Visando preencher as lacunas de conhecimento sobre os efeitos da sísmica nos cetáceos, o Instituto Baleia Jubarte, em parceria com a Socioambiental Consultores Associados, com financiamento do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras – CENPES/PETROBRAS, e da Agência Nacional do Petróleo – ANP. desenvolveu o projeto MARESIS - Respostas Individuais dos Mamíferos Marinhos à Sísmica, que propõe abordagens metodológicas de pesquisa inovadoras para investigar essa questão e começou a ser implementado neste mês de setembro com as primeiras saídas a campo para treinamento dos pesquisadores nas novas tecnologias.
Dentre as muitas inovações a serem utilizadas em campo pelo projeto estão o uso de tags (sensores implantados na baleia) multissensoriais não-invasivos, fixados no dorso do animal por meio de ventosas, que permitem acompanhar de perto o comportamento (movimentos, mergulho e produção de sons) dos animais marcados. Um dos tags em questão, conhecido como Cats Cam, possui diversos sensores capazes de registrar precisamente o deslocamento de uma baleia embaixo d’água, incluindo a profundidade e a direção do mergulho. Esses dados são bastante úteis e de difícil observação pelos pesquisadores sem o uso desse tipo de inovação tecnológica. Os Cats Cam também possuem uma câmera embutida, o que permite fazer registros em formato de vídeo enquanto está fixada na baleia. Esses vídeos permitem registrar comportamentos importantes como o intervalo respiratório e a interação com outros indivíduos da mesma espécie ou de outras. Finalmente, esses tags também são equipados com um hidrofone, garantindo o registro tanto dos sons emitidos pela baleia marcada quanto do som ambiente que ela está recebendo. Isso é especialmente importante no contexto da avaliação de impactos, pois permitirá que os pesquisadores estudem as características do ruído que as baleias estão recebendo originados na atividade de sísmica. Esses dados serão associados a outras informações comportamentais, produzindo uma caracterização mais detalhada do comportamento do animal quando sujeito a estímulos ambientais naturais e frente às atividades humanas.
Outra linha de pesquisa inovadora do MARESIS será o uso de tags digitais com sensores ecofisiológicos, os FaunaTags. Esse equipamento desenvolvido nos Estados Unidos já é utilizado em animais terrestres, e foi recentemente testado em golfinhos. Durante este novo projeto do Instituto Baleia Jubarte, o FaunaTag será utilizado - e melhor adaptado - para o monitoramento dos parâmetros ecofisiológicos de grandes baleias, registrando os batimentos cardíacos do animal. Esse tipo de informação é fundamental para responder à pergunta central do MARESIS sobre possíveis impactos, uma vez que variações na taxa cardíaca podem estar associadas ao estresse, sendo uma possível resposta à poluição sonora da sísmica.
Outro equipamento inovador a ser utilizado para a coleta de diversos dados no programa MARESIS é o drone. Serão utilizados drones capazes de serem molhados e até pousar na água para a coleta de borrifos das baleias, o qual contém informações valiosas que serão coletadas através de Placas de Petri acopladas ao drone e que recolherão gotículas a serem utilizadas tanto para estudos hormonais quanto para análises relativas à saúde do indivíduo. É possível dosar assim os hormônios relacionados ao estresse, algo necessário para compreender se a poluição acústica da sísmica altera os níveis de estresse desses animais. Ademais, também é possível dosar hormônios reprodutivos, identificando, por exemplo, se uma fêmea está grávida. Em outra linha de pesquisa, uma câmera acoplada ao drone será utilizada para estimar o tamanho e a condição corporal das baleias, ou seja, se aquele indivíduo medido está em um melhor ou pior estado nutricional do que a média da população.
O programa MARESIS prevê a realização de embarques de pesquisa oceânicos em áreas de prospecção sísmica, como a Bacia de Campos e a Bacia de Santos, e outras no Banco dos Abrolhos, região livre de atividades industriais e com a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul Ocidental e também com a maior concentração de baleias-jubarte do Brasil, e que funcionará como controle, permitindo a comparação entre os dados obtidos nas duas regiões. Com duração prevista até 2026, o conhecimento produzido será divulgado para a comunidade científica internacional a partir da publicação de artigos científicos e da apresentação de trabalhos em congressos nacionais e internacionais da área. Todo esse conhecimento deverá subsidiar o adequado planejamento e mitigação das atividades sísmicas na costa brasileira e no mundo, reforçando ainda mais o pioneirismo do Brasil na pesquisa científica e na conservação de baleias e golfinhos.
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